Uma Certa Justiça
“Presunção de inocência” significa que não se pode condenar um suspeito se não existem provas conclusivas de que ele tenha cometido o crime. Este é um dos princípios básicos do sistema judiciário ocidental. E foi contestando a validade dos argumentos e evidências da promotoria que a advogada Venetia Aldridge baseou a defesa do jovem Garry Ashe, acusado de matar a tia com requintes de crueldade.
Para Venetia, uma das mais renomadas e competentes criminalistas da Inglaterra, este não passava de mais um caso na extraordinária carreira que a levara a exercer sua profissão no tribunal mais prestigioso do país, Old Bailey – mais uma oportunidade de demonstrar sua perspicácia e sua incontida ambição de vencer seus adversários. E isso em meio até poucos anos antes dominado pelos homens.
Duas semanas após o fim do julgamento, contudo, Venetia foi encontrada morta em seu escritório, para escândalo e horror dos colegas. Tão improvável e chocante foi esse assassinato que sua solução só poderia ser confiada à famosa equipe da Nova Scotland Yard chefiada pelo inspetor e poeta Adam Dalgliesh, que contava com a ajuda da persistente Kate Miskin e de um novo membro, Piers Tarrant, ex-estudante de teologia em Oxford.
Neste romance policial, P. D. James situa sua história no próprio centro do sistema judiciário britânico, explora as minúcias dos procedimentos jurídicos e policiais, faz um retrato da sociedade inglesa, com suas divisões de classe e marcadas peculiaridades, além de discutir questões fundamentais como a ética dos advogados e as limitações do sistema judicial.
JAMES, Phyllis Dorothy. Uma certa justiça. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. 508 p.
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